domingo, 24 de julho de 2011

Las Vegas é a nova capital da música eletrônica

EDC 2011 Swedish House Mafia 1

Apoteose Sueca no Electronic Daisy, em Las Vegas

“Las Vegas despertou para a ideia de que, para os jovens de hoje, não é o girar da roleta que importa, mas o girar dos discos do DJ. Esses DJs estão fechando contratos de exclusividade, como fizeram em Ibiza nos anos 90. A nova corrida do ouro é dance music”, disse outro dia Nick Stevenson, editor-assistente da Mixmaginglesa.

Hoje, há fortes argumentos para apontar Las Vegas como a nova capital da música eletrônica.

Eis alguns, conforme apareceram numa matéria recente do Guardian sobre a conferência International Music Summit, que rolou em Ibiza em maio.

- Pete Tong vai começar uma residência no Encore Beach Club, clube com três piscinas;

- Deadmau5 e Kaskade também são atrações regulares do mesmo Encore Beach Club. Recentemente, o cabeça de rato teria ganho um cachê de quase R$ 400 mil por uma apresentação;

- Tiesto virou residente do Hard Rock Cafe;

- E ele, claro… David Guetta levou suas festas Fuck Me I’m Famous para a piscina do Wet Republic, no hotel MGM Grand.

Acrescento mais este fato:

- O Electronic Daisy Carnival, o maior evento de música eletrônica dos EUA hoje, fez sua primeira edição em Las Vegas no final de junho. Durante três dias, 200 mil pessoas dançaram ao som de mega-blaster nomes como Swedish House Mafia, Afrojack, Guetta, Tiesto, Richie Hawtin etc etc.

A “pool party” é especialmente popular em Las Vegas.

Esse vídeo, onde tudo é lindo e divertido, ajuda a vender uma delas.

Já esse vídeo amador mostra uma realidade mais “piscinão de prédio”.

QUE FASE…

Las Vegas tem tudo a ver com a vibe “Fuck Me I’m Famous” que impregnou a música eletrônica de uns anos pra cá.

Para muita gente, “festa de música eletrônica” hoje em dia exala perfume caro, as grifes “certas”, champanhe com fogos de artifício. É um meio (cena? Mercado?) onde aparência e exclusividade viraram valores fundamentais. Essa fatia da música eletrônica virou a antítese do seu passado, embalado por conexões espirituais com a música, idealismo e inclusão.

A disco music passou por isso. Surgiu de noites suarentas e fraternas como The Loft e The Gallery e foi dar na orgia de glamour e exibicionismo do Studio 54.

O mais esquisito é ver ideias e conceitos antigos das raves e clubes serem reciclados para o público de hoje como parte do “produto” e não como comportamento espontâneo. Viraram símbolos sem essência. Guetta é o mestre nisso, com sua conversa de “Can you feel the love?” (e o coraçãozinho feito com a mão) e seu reuso de sonoridades dos anos 90.

Por exemplo, olha a reciclagem que Guetta fez de “Don’t You Want Me”, do Felix, de 92, para uma faixa do Snoop Dogg.

Aqui o Felix:

Aqui Guetta e Snoop (uma bala para quem adivinhar em que cidade foi filmado o clipe…)

E é este o contexto que permite que o posto de “capital da música eletrônica”, que já pertenceu a Nova York, Chicago, Londres, Paris, Berlim e Ibiza, seja hoje de Las Vegas.

Cada fase tem a capital que merece, né não?

Por: http://bateestaca.virgula.uol.com.br



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